sábado, 17 de abril de 2010

A madrugada & Eu.

Porque eu estava do outro lado e só. Sem amparo. Mas caminhava. E você estava absolutamente equipado com seu peso. E impedido de andar por seus medo.”

Não sei se foi uma espécie de saudade ou só mesmo a insônia que me atacou naquela madrugada. Devagar sem saber aonde iria o silêncio daquela madrugada me levou pra bem longe... Comecei a lembrar do nosso último bom momento.

Você estava tão sorridente. Era seu aniversário.

Minha cabeça a mil, pensando em mil e outras coisas que não era você nem o momento que estávamos vivendo. Eu sempre pela metade. E você tão por inteiro, que me fez querer estar ali de verdade. Tentei esquecer as demais coisas que me roubavam dali e comecei a curtir com você. Comecei a lembrar da sua voz. Perguntando-me o porque de eu estar tão séria, que as vezes me achava tão distante. E com um beijo no seu pescoço eu tentava disfarçar toda a minha insegurança. Você sempre tão atencioso, me contando da sua semana, da falta que eu fazia, que alguns metros longe de mim já era suficiente para sentir saudade. De tudo isso o pior mesmo foi lembrar do seu olhar sincero me prometendo mil e umas coisas. Eu queria te pedir pra calar, queria sair correndo. E esquecer que um dia estive com você. Qualquer outra garota podia estar ali menos garotas como eu. O clima era perfeito, o sol beijava o mar com tanta delicadeza. Você me tocava de um jeito tão perfeito. Sussurrava coisas tão lindas bem perto de mim. Suas mãos tentando se encaixar com as minhas, seu timbre de voz mudava ao meu lado. Seu sorriso me envolvia por instantes. Seus olhar tímido e sincero. Pedindo-me que não te encarasse que você ficava sem graça. E ao te olhar você nem tem noção de quantas coisas se passavam na minha cabeça. Eu tentei te avisar. Juro que tentei. Você não quis ouvir. Tentei te trazer pro degrau que eu estava e você tão apressado corria pro topo da escada.

A tarde já começava a se despedir, o sol nus dava tchau, uma série de mudanças ocorriam no céu. A praia ia ficando mais calma, o som das ondas me tranqüilizava tanto. Lembrei que ainda sentados você me abraçou e por alguns instantes o silêncio predominou. Já era noite.

Meio que sem jeito saio dos seus braços. Me levanto. Já é tarde é o que te digo.

Você me pede mais alguns minutos. Digo que não. Você cede. (mais uma vez)

Ainda rolando pela cama me pergunto o que faltou pra aquela sexta ser perfeita. E acho mesmo que só faltava eu estar de fato ali.

De repente percebo o quanto o trechinho do texto La em cima se adéqua perfeitamente a mim. Você tão livre mesmo sabendo a garota inconstante que eu sou, vivia tão intensamente. E eu sempre tão acompanhada da minha insegurança, dos meus medos.

Porque vc estava do outro lado e só. Sem amparo. Mas caminhava. E eu estava absolutamente equipado com meu peso. E impedido de andar por meus medos.”

Acho que assim se adéqua mais...

O sono começa bater à porta.

Fecho a janela da recordação e abro a porta do sono. Olho as horas. Percebo que já é mais tarde que de costume. Hora de dormir.

.Lívia Bittencourt.

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